Ninguém ganha medalha antes de competir
Gotas Olímpicas
Por: Ricardo de Moura
Data: 23/NOV/2023
A ansiedade faz parte do cotidiano do mundo esportivo de competição.
O objetivo é a melhor classificação. O desejo da medalha. Nos mais jovens é latente a obsessão pela medalha.
Mas o esporte ensina que ninguém ganha a medalha antes de competir.
Participar. Saber ganhar, saber perder. O risco de ser herói ou não. Momento.
Competir, mostrar talento, agilidade, destreza, força, luta, esforço, entrega, superação. O que tem valor real no esporte e na vida.
A lei que rege o atleta olímpico é o da superação, que envolve se adaptar às dificuldades e enfrentar os desafios.
O atleta mais jovem vai aprendendo a se preparar. Foco, disciplina. Vencer, em primeiro lugar, a si mesmo. Repetir, repetir, aprender, evoluir…
A medalha é consequência. Não ganhou hoje, tem amanhã. E depois, e depois. Nunca desistir.
O jovem se distrai com facilidade. Acaba aprendendo com os insucessos, com os vacilos, as indecisões, as inseguranças. Quando “deixa para depois” perde as rédeas da vida.
Depende da resiliência, de aguentar o problema, se tornar mais forte e conseguir mostrar seu potencial. E não só nos momentos de competição, como atleta, mas no dia a dia, resistir à dor, à frustração, à notícia ruim, à dificuldade, à depressão.
Ninguém conquista de graça o sucesso, que só vem com trabalho e esforço. Foco e determinação são pilares aprendidos no esporte para levar para a vida.
A medalha importante é o processo, o evoluir, aprender a dar o máximo.
Não se ganha medalha só com treinamento. Se aprende a competir, competindo.
Você não controla seus adversários.
A medalha será consequência da preparação, do controle do que se pode controlar, da estratégia, foco, concentração, determinação, superação…
Nunca entrar em uma zona de conforto.
Não usar como desculpas a preguiça, a acomodação, a negligência, não nivelar por baixo o potencial.
Há várias medalhas. A da competição, a da vida, a da participação, a da vontade, a da satisfação em se fazer o que gosta.
A do abraço do técnico, a do apoio da família e dos amigos.
A felicidade faz o atleta ir mais rápido.
#esporte #medalha #preparacao #resiliencia
Ricardo de Moura
Gestor esportivo com mais de 40 anos de experiência em Projetos Esportivos.
Supervisor/Superintendente da Confederação Brasileira de Desportos Aquáticos por 28 anos.
Participou de 7 edições dos Jogos Olímpicos, 7 edições de Jogos Pan-americanos e 25 Campeonatos Mundiais. Responsável por projetos que levaram à conquista de 10 medalhas olímpicas na natação. Integrante do Comitê Técnico de Natação da Federação Internacional de Natação por 12 anos.
Secretário-tesoureiro da Confederação Sul-americana de Natação.
Professor do Curso Avançado de Gestão Esportiva do Comitê Olímpico Brasileiro de 2009 a 2017.
Escritor do livro “Gotas Olímpicas” – 2022.
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