Desprezo, posicionamento e futuro
Gotas Olímpicas
Por: Ricardo de Moura
Data: 27/NOV/2023
Em uma rápida pesquisa sobre as entidades que estão atuando em nossa base da natação, aparecem muitos clubes desconhecidos da grande parte da comunidade esportiva.
Importantes nascedouros da nova geração.
Em um recorte muito pequeno, através dos dez primeiros nadadores colocados no Ranking Brasileiro de Mirim, surgem representantes de todas as regiões brasileiras, em 46 instituições diferentes.
São muitos os desafios durante a carreira de técnico: falta de recursos financeiros, gestão do esporte equivocada, falta de tempo, oportunidades de trabalho; motivação dos jovens da nova geração, falta de reciclagem profissional, baixa remuneração, falta de valorização.
Outro grande desafio dos treinadores é a dificuldade sobre a carreira como treinador de formação, sem ter um futuro claro e garantias de melhores oportunidades.
Existem, ainda, as barreiras para motivar os novos atletas para a prática e aliar a preparação esportiva com a formação do cidadão, utilizando o esporte como uma importante ferramenta para o desenvolvimento dos jovens da nova geração.
Dificilmente, um técnico de natação de qualquer geração não experimentou uma sensação de desprezo por parte de dirigentes e instituições.
Por trás do desprezo, na maioria das vezes, existe outro sentimento mascarado. Dirigentes ou pais despreparados tentam passar o sentimento de desprezo por medo. Por desconhecimento de como enfrentar uma situação em que o profissional passa a ter um destaque maior e reivindica melhores condições de trabalho e empenho.
O profissional não pode deixar que o desprezo o defina, nem impedir de realizar seus projetos futuros. Confiança.
Deve investir seu tempo perto das pessoas que gosta, daqueles que podem fazê-lo crescer.
Mas, muito importante: um profissional nunca deve deixar de se posicionar diante das situações que considera injustas ou fora de contexto.
Quando um profissional não se posiciona, ele não consegue passar sua mensagem claramente. E, com isso, não impõe limites – e a situação acaba fazendo o que bem entende com ele.
Força, conhecimento, controle emocional, posicionamento e estratégia. Nada consegue impedir quem quer vencer.
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Ricardo de Moura
Gestor esportivo com mais de 40 anos de experiência em Projetos Esportivos.
Supervisor/Superintendente da Confederação Brasileira de Desportos Aquáticos por 28 anos.
Participou de 7 edições dos Jogos Olímpicos, 7 edições de Jogos Pan-americanos e 25 Campeonatos Mundiais. Responsável por projetos que levaram à conquista de 10 medalhas olímpicas na natação. Integrante do Comitê Técnico de Natação da Federação Internacional de Natação por 12 anos.
Secretário-tesoureiro da Confederação Sul-americana de Natação.
Professor do Curso Avançado de Gestão Esportiva do Comitê Olímpico Brasileiro de 2009 a 2017.
Escritor do livro “Gotas Olímpicas” – 2022.
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