Chamando a atenção
Gotas Olímpicas
Por: Ricardo de Moura
Data: 28/NOV/2023
O assunto é polêmico. Sempre.
Analisar resultados obtidos por atletas em classes menores é complicado.
Não é absoluto. Difícil prever o futuro.
Entre os 10 e 16 anos, os meninos e as meninas passam por modificações no corpo que influenciam nos treinos e nos resultados de seu desempenho.
O estirão de crescimento e a maturação biológica levam a uma nova altura e a um novo peso corporal, alterações nos parâmetros de força e potência que vão interferir diretamente na qualidade técnica dos atletas.
É preciso dar mais atenção aos jovens nessa fase. O foco na técnica é primordial.
Eles precisam de um tempo para se reorganizarem e se adaptarem às mudanças que acontecem na adolescência. Os técnicos e os professores devem buscar mais conhecimento desse processo de mudanças biológicas de seus alunos para respeitar o momento cronológico de cada um e manter o atleta dentro do esporte.
Dentre os resultados relativos, há que se destacar os resultados de alguns nadadores no Campeonato Infantil de Natação, que fogem ao tradicional.
Lucas Dé dos Santos,13 anos, de Americana chamou a atenção pelo número de provas em que competiu e os resultados.
9 provas: 50 livre (24,07); 100 livre (52,72); 200 livre (1,55,86); 400 livre (4,05,42); 800 livre (8,36,22); 1500 livre (16,43,42); 100 peito (1,10,10); 100 borboleta (1,00,15); 200 medley (2,16,63).
Luka Mijatovic, 14 anos (1 ano mais velho que Lucas), também vem chamando a atenção. É o nadador americano mais jovem a baixar a barreira dos 8,00 nos 800 m nado livre. Seus tempos em 2023: 100 livre (52,28); 200 livre (1,50,40); 400 livre (3,52,010; 800 livre (7,59,64); 1500 livre (15,27,38); 200 costas (2,08,78); 100 borboleta (56,90); 200 medley (2,06,73) e 400 medley (4,30,79).
A parte biológica está fora do controle do técnico. Mas isso não impede em priorizar a parte técnica, os fundamentos, controle de ritmo, volume , variação de treinamento, motivação, controle nos elogios, criar objetivos constantes, integração e proceder para que o nadador, acima de tudo, se sinta feliz.
Quatro variáveis que podem interferir no resultado do nadador: antropométrica, biomecânica, fisiológica e emocional.
Ricardo de Moura
Gestor esportivo com mais de 40 anos de experiência em Projetos Esportivos.
Supervisor/Superintendente da Confederação Brasileira de Desportos Aquáticos por 28 anos.
Participou de 7 edições dos Jogos Olímpicos, 7 edições de Jogos Pan-americanos e 25 Campeonatos Mundiais. Responsável por projetos que levaram à conquista de 10 medalhas olímpicas na natação. Integrante do Comitê Técnico de Natação da Federação Internacional de Natação por 12 anos.
Secretário-tesoureiro da Confederação Sul-americana de Natação.
Professor do Curso Avançado de Gestão Esportiva do Comitê Olímpico Brasileiro de 2009 a 2017.
Escritor do livro “Gotas Olímpicas” – 2022.
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