Muito mais complexo que tempos e classificações
Gotas Olímpicas
Por: Ricardo de Moura
Data: 05/DEZ/23
Com o objetivo de mostrar na prática o assunto das variações de tempo dos nadadores da classe juvenil, indicando que, além dos resultados é preciso analisar dados que os resultados numéricos (somente) não conseguem transparecer, podemos observar:
– Na prova de 200 m nado borboleta, o vencedor Artur Souza, fez no ano passado, quando infantil 2, com 2,11,16. Em 2023, Artur venceu com 2,04,66, que corresponde a uma melhora muito significativa de 5,21%. Artur não mudou de clube.
Não temos os parâmetros físicos e fisiológicos do nadador, o que poderia nos ajudar a entender melhor a melhora, mas houve, obviamente, acerto do programa de trabalho.
Por outro lado, Pedro Moreira, vencedor do Infantil 2 em 2022, com 2,08,33, ficou em 2º com uma melhora de 2,08%. Já Vitor Baltazar, 2º no Infantil 2, em 2022, com 2,08,30, ficou em 3º lugar com uma ligeira piora de 0,03%.
Aparecem então 3 cenários diferentes em uma mesma prova, mostrando que é preciso 3analisar os resultados com calma.
Momento de observar todas as variáveis que podem ser mensuradas: medidas antropométricas, plano de trabalho, mudança de treinamento, maturação, equilíbrio emocional, assiduidade…
– Joice Rocha venceu os 200 m nado borboleta em 2022, no Infantil 2, com 2,23,31 e foi o primeiro tempo também em 2023, com 2,19,94. Mais importante que a clssificação é o resultado: melhora de 2,40%.
– A prova dos 100 m nado de peito Juvenil 1, foi vencida por Kauã Carvalho com 1,02,53.
Ele estabeleceu novo Recorde Brasileiro de Classe e Recorde de Campeonato, durante as eliminatórias, com 1.02,25. Isso representa uma boa melhora, 4,27%.
Chama a atenção, que o tempo de Kauã, 15 anos, está a 3,6% do melhor tempo do Brasil em 2023, no absoluto, que é João Luiz Gomes Jr, com 1,00,04.
Só que a progressão em natação não é matemática, nem segue uma lógica, devido às inúmeras variáveis.
E, assim, vamos observar e entender os resultados da nova geração.
#natacao #juvenil #novageracao
Ricardo de Moura
Gestor esportivo com mais de 40 anos de experiência em Projetos Esportivos.
Supervisor/Superintendente da Confederação Brasileira de Desportos Aquáticos por 28 anos.
Participou de 7 edições dos Jogos Olímpicos, 7 edições de Jogos Pan-americanos e 25 Campeonatos Mundiais. Responsável por projetos que levaram à conquista de 10 medalhas olímpicas na natação. Integrante do Comitê Técnico de Natação da Federação Internacional de Natação por 12 anos.
Secretário-tesoureiro da Confederação Sul-americana de Natação.
Professor do Curso Avançado de Gestão Esportiva do Comitê Olímpico Brasileiro de 2009 a 2017.
Escritor do livro “Gotas Olímpicas” – 2022.
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