Nem tão estranhos assim ...
Gotas Olímpicas
Por: Ricardo de Moura
Data: 26/DEZ/2023
Em um mundo globalizado e cheio de desafios, a profissão de técnico de natação não foge à exceção da luta constante pela inovação e no enfrentamento de novos e complexos problemas.
Para ser um bom técnico de natação não é preciso que tenha sido um ótimo nadador. O que não invalida que um campeão não possa ser bom técnico.
Outra questão: Mesmo os grandes treinadores não sabem todas as respostas. Muitas das respostas podem estar em ambientes semelhantes e áreas correlatas.
Partindo dessas premissas, existem técnicos que migram de um esporte para outro levando suas experiencias e chegam ao sucesso.
No Brasil, lembro-me de bons técnicos que obtiveram resultados sem saber nadar ou que vieram de outros esportes e contribuiram em muito para o desenvolvimento da natação.
Como Caximbao, Luiz Carlos Cardoso de Castro, Técnico do Fluminense na década de 50 (que não sabia nadar), Julio Arthur, nos anos 70/80, no Rio de Janeiro, que tinha sua filosofia calcada no treinamento de cavalos ou, ainda em atividade, emprestando seu talento à formação de vários nadadores há mais de 25 anos, Elvancir Pereira do Nascimento, o @Peppy, na cidade de Presidente Prudente, proveniente do atletismo.
Existem muitos outros exemplos. Como @Ricardo Cabral, que atuou como técnico de natação e chegou à Coordenação de Polo Aquático do Brasil.
Na seleção de natação de Portugal surge um outro exemplo de destaque: Vitor Ferreira, proveniente do atletismo, está conseguindo grandes resultados.
Vitor treina Gabriel Lopes e Camila Ribeiro, destaques da seleção nacional portuguesa. Camila foi o melhor resultado do país no recente Campeonato Europeu de Curta, com sucessivas finais e recordes nacionais no nado de costas.
Ser técnico de natação é conseguir motivar os atletas a tolerar a dor e a ultrapassar limites, estar dispostos a sentir-se desconfortável (intelectualmente) à zona de conforto.
Aprender todos os dias e cada vez mais sobre o esporte, a técnica, a fisiologia e a ciência que permeia seu esporte.
Ensinar com a mesma vontade de aprender.
A decisão de continuar na profissão ou de seguir para outra, pode marcar o início de uma vida muito mais feliz, leve e realizada: sem o peso de uma profissão que já não faz sentido.
Felicidade e realização, chaves do sucesso.
#natacao #tecnicodenatacao #esporte
Ricardo de Moura
Gestor esportivo com mais de 40 anos de experiência em Projetos Esportivos.
Supervisor/Superintendente da Confederação Brasileira de Desportos Aquáticos por 28 anos.
Participou de 7 edições dos Jogos Olímpicos, 7 edições de Jogos Pan-americanos e 25 Campeonatos Mundiais. Responsável por projetos que levaram à conquista de 10 medalhas olímpicas na natação. Integrante do Comitê Técnico de Natação da Federação Internacional de Natação por 12 anos.
Secretário-tesoureiro da Confederação Sul-americana de Natação.
Professor do Curso Avançado de Gestão Esportiva do Comitê Olímpico Brasileiro de 2009 a 2017.
Escritor do livro “Gotas Olímpicas” – 2022.
Divulgação ISE – Reprodução autorizada pelo autor
O conteúdo do texto é de inteira responsabilidade do(s) autor(es).