“Qin Haiyang: Por que?
Gotas Olímpicas
Por: Ricardo de Moura
Data: 31/DEZ/2023
Segundo o filósofo Cortella: “O excesso de informação ultrapassa nossa capacidade de usufruto, absorção e apropriação”.
Parece que todos estão preocupados em noticiar o fato sem muitos esclarecimentos. Por mais estranho que possa parecer.
Após o Mundial de Natação de Fukuoka, busquei maiores informações sobre alguns resultados e me deparei com uma situação atípica.
Os nadadores têm altos e baixos em sua vida esportiva. São muitos os fatores que podem provocar isso.
Um nadador, especificamente, acabou chamando a atenção.
Qin Haiyang, 1,90m de altura, chinês, recordista mundial dos 200 m nado peito e considerado o novo rei do nado de peito (venceu as 3 provas da modalidade).
Fui buscar maiores informações sobre seus resultados em temporadas anteriores e me deparei com um cenário curioso, associando o tempo com a classificação no Ranking Mundial: 200 m nado de peito: 2018 – 2,08,07 (7º); 2019 – 2,08,31 (16º); 2020 – 2,10,25 (21º); 2021 – 2,09,21 (21º); 2022 – 2,13,35 (107º) e 2022 – 2,05,48 (1º).
Busquei informações específicas sobre o que poderia ter ocorrido com o nadador com tamanhas oscilações, que chegou a um superestrelato em 2023, mas as notícias eram só de exaltação aos feitos ou notícias sem conteúdo.
Por que essas oscilações constantes e crescentes negativamente? Por que ninguém se preocupou em pesquisar o assunto? Por que um aumento de mais de 5 segundos em um período de 4 anos? Por que uma melhora significativa de quase 8 segundos em um ano?
Difícil encontrar uma razão lógica. Qin tem 24 anos. É, teoricamente, um nadador
consolidado sob o ponto de vista biológico.
O nado peito é muito específico. Os parâmetros de força melhoraram muito? Fundamentos de saída e virada melhoraram? A técnica evoluiu tanto assim?
Qin foi o 22º no Mundial de 2022, com os seguintes parciais: 29,84, 34,04, 34,34 e 35,13.
Qin foi o 1º no Mundial de 2023 (recorde mundial), com os parciais: 28,53, 32,19,32,64 e 32,12.
Uma melhora fantástica.
Por que?
#natacao #melhoratecnica #avaliacao
Ricardo de Moura
Gestor esportivo com mais de 40 anos de experiência em Projetos Esportivos.
Supervisor/Superintendente da Confederação Brasileira de Desportos Aquáticos por 28 anos.
Participou de 7 edições dos Jogos Olímpicos, 7 edições de Jogos Pan-americanos e 25 Campeonatos Mundiais. Responsável por projetos que levaram à conquista de 10 medalhas olímpicas na natação. Integrante do Comitê Técnico de Natação da Federação Internacional de Natação por 12 anos.
Secretário-tesoureiro da Confederação Sul-americana de Natação.
Professor do Curso Avançado de Gestão Esportiva do Comitê Olímpico Brasileiro de 2009 a 2017.
Escritor do livro “Gotas Olímpicas” – 2022.
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