Dez – igual....
Gotas Olímpicas
Por: Ricardo de Moura
Data: 24/FEV/2024
Vamos fazer uma viagem gravitando pelos resultados da Natação em 10 temporadas (2014 a 2023), nas provas olímpicas em piscina longa.
2014 foi o ano da conquista do Campeonato Mundial de Natação em Piscina Curta, pelo Brasil.
Uma década com muitos acontecimentos dentro e fora das piscinas: COVID, ciclos olímpicos diferenciados (5 e 3 anos), 3 Campeonato Mundiais de Natação em 20 meses, guerras…
No período foram batidos 96 recordes mundiais em piscina longa.
Em 2023 foram batidos 17 recordes mundiais, o maior número após 2009 (43). Pela primeira vez, em 78 anos, nenhum recorde mundial foi conquistado por um nadador(a) dos USA.
A análise consiste no seguinte: 1º e 8º lugares do Ranking Mundial de 2014 e do Ranking Mundial de 2023, tomando-se por base o Mundo, os USA e o Brasil.
A lógica seria que todos os tempos, de todas as provas, 10 temporadas depois fossem melhores.
Em termos mundiais, somente a natação feminina segue esse rito. No masculino, o 8º lugar dos 50m nado livre e o 1º lugar dos 200m nado costas são PIORES.
Nos USA, o feminino segue a evolução mundial. TODOS os resultados (1º e 8º) de 2023 são melhores.
No masculino, os 1os lugares das provas 400m nado livre, 200m costas, 200m medley e os 8os lugares das provas de 50m nado livre, 1500m nado livre e 400m nado medley de 2023 são PIORES que 2014.
O Brasil tem a pior situação entre as 3 análises.
Das 14 provas olímpicas o Brasil tem os tempos PIORES em 2023 que 2014, no masculino, tanto no 1º quanto 8º lugar em 5 provas: 100m nado costas, 200m nado costas, 100m nado peito, 200m nado peito e 400m nado medley. Ainda, são piores os tempos: 50m nado livre (1º), 200m nado medley (1º), 200m nado borboleta (1o), 200m nado medley (1º) e 1500m nado livre (8º).
O feminino do Brasil apresenta um quadro menos agressivo: resultados piores em 2023 nas provas de 50m nado livre (1º), 100 m nado costas (1º), 100 m nado borboleta (1º), 400m nado medley (1º), 200m nado costas (8º) e 200m nado borboleta (8º). Os 50m nado livre, o 8º lugar tem tempos idênticos (2104 e 2023).
Nada é por acaso. Tudo é consequência…
#Natacao #analisededados #consequencias

Ricardo de Moura
Gestor esportivo com mais de 40 anos de experiência em Projetos Esportivos.
Supervisor/Superintendente da Confederação Brasileira de Desportos Aquáticos por 28 anos.
Participou de 7 edições dos Jogos Olímpicos, 7 edições de Jogos Pan-americanos e 25 Campeonatos Mundiais. Responsável por projetos que levaram à conquista de 10 medalhas olímpicas na natação. Integrante do Comitê Técnico de Natação da Federação Internacional de Natação por 12 anos.
Secretário-tesoureiro da Confederação Sul-americana de Natação.
Professor do Curso Avançado de Gestão Esportiva do Comitê Olímpico Brasileiro de 2009 a 2017.
Escritor do livro “Gotas Olímpicas” – 2022.
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