Um sinal chamado “MAFE”
Gotas Olímpicas
Por: Ricardo de Moura
Data: 22/MAR/2024
Sinal é qualquer manifestação, gesto ou movimento que serve de aviso ou advertência e que possibilita conhecer, reconhecer ou prever alguma coisa.
O ciclo de Paris 2024 tem sido marcado por bons desempenhos no esporte feminino para o Brasil.
Como divulgado no blog SportsM: “desde 1920, o Time Brasil vai contar com mais atletas mulheres do que homens”.
Na natação, mesmo com equívocos de critérios e de gestão, como o fato de não convocar o feminino na Missão Europa, em 2020, em meio à pandemia, as mulheres têm sido destaque.
Já possuem índices para Paris: Beatriz Dizotti – 1500m livre; Gabrielle Roncatto – 400m livre; Maria Fernanda Costa – 200m livre, 400m livre.
Dos 5 revezamentos do Brasil convocados, 2 são no feminino e 1 misto – 4x100m livre feminino, 4x100m livre masculino, 4x200m livre feminino, 4x200m livre masculino, 4x100m medley misto.
O revezamento com a melhor classificação é o 4x200m nado livre feminino (6º).
Maria Fernanda Costa, a “Mafe”, sinaliza, quem sabe, um novo tempo para as mulheres na natação.
Mafe foi 4º lugar no Campeonato Mundial de Doha em 2024, nos 400m nado livre, com 4,02,86, 5º lugar nos 200m nado livre com 1,56,85. Ela não está sozinha.
Ainda, o feminino conseguiu um 5º lugar nos 400m nado livre com Gabrielle Roncatto (4,04,18); o revezamento 4x200m nado livre ficou em 4º com 7,52,71 e o 4x100m nado livre ficou em 6º (3,40,56).
Para os “desembestados” de plantão, que querem resultados a curto prazo, vale lembrar que Mafe em 2016, quando Infantil 2, foi 16º lugar no Ranking Brasileiro, nos 200m nado livre, com 2,15,35 e não estava no Ranking na prova de 400m nado livre.
Em 2017, Mafe ficou em 11º no Ranking dos 400m nado livre (4,38,52).
Ela venceu o desafio dos altos e baixos, passou pelo processo de desenvolvimento, chegou na hora certa para ser o sinal da possibilidade de protagonismo para uma nova geração de mulheres.
Como fizeram Maria Lenk, Piedade Coutinho, Ana Marcela Cunha e, ultimamente, Etiene Medeiros, (a primeira brasileira a conquistar uma medalha em um Mundial com Recorde Mundial nos 50 metros costas), que liderou o Projeto Feminino de Natação, criado pela CBDA em 2012.
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Ricardo de Moura
Gestor esportivo com mais de 40 anos de experiência em Projetos Esportivos.
Supervisor/Superintendente da Confederação Brasileira de Desportos Aquáticos por 28 anos.
Participou de 7 edições dos Jogos Olímpicos, 7 edições de Jogos Pan-americanos e 25 Campeonatos Mundiais. Responsável por projetos que levaram à conquista de 10 medalhas olímpicas na natação. Integrante do Comitê Técnico de Natação da Federação Internacional de Natação por 12 anos.
Secretário-tesoureiro da Confederação Sul-americana de Natação.
Professor do Curso Avançado de Gestão Esportiva do Comitê Olímpico Brasileiro de 2009 a 2017.
Escritor do livro “Gotas Olímpicas” – 2022.
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