A terceira pior coisa que pode acontecer no esporte
Gotas Olímpicas
Por: Ricardo de Moura
Data: 23/ABR/2024
Em um mundo frequentemente dividido, o esporte é uma ferramenta relevante que consegue conectar as pessoas. O mundo está fraturado por conflitos entre nações e distúrbios internos.
Ao longo da história, os líderes mundiais empregaram o esporte como uma maneira de reabrir o diálogo diplomático e adotar medidas internacionais conciliatórias.
Mas o esporte é, também, um terreno muito sensível e propício para alimentar desavenças.
Nas disputas por protagonismo e poder, os órgãos governamentais esportivos (nacionais e internacionais) e atletas acabam perdendo o controle para grandes emissoras de comunicação, patrocinadores e crises.
Em tempos de grandes eventos, com a força das redes sociais e mídias tradicionais e a facilidade em divulgar notícias, essa rivalidade se torna mais agressiva.
Sem apresentar nenhum motivo, essa guerra de comunicação já é latente. Com um pingo de razão, é uma bomba relógio. Explodindo a cada notícia.
O caso mal explicado dos 23 nadadores chineses com resultado adverso no doping saiu de uma notícia para uma catástrofe sem controle.
Faltou, entre tantas outras coisas, transparência, rapidez de comunicação e sensibilidade para imaginar as consequências.
Quem perde com isso é o esporte. Afasta patrocinadores, fãs, perde prestígio e confiabilidade…
A pior coisa que pode acontecer com um atleta é uma lesão grave. A segunda é ser pego no doping.
No esporte, a primeira coisa é a guerra. A segunda, uma pandemia, e a terceira, o indício de um resultado mentiroso provocado por um caso generalizado de doping. Como ocorreu com a Rússia ou com a Alemanha Oriental. O COI está tentando “limpar” os resultados ilegais obtidos anteriormente com casos de doping.
Na verdade, o COI e a WADA parecem estar “fora do tempo” para agir em situações críticas.
Este escândalo de doping chinês parece novamente com a Rússia. Talvez pior.
#Doping #esporte #Paris2024 #IOC #wada
Ricardo de Moura
Gestor esportivo com mais de 40 anos de experiência em Projetos Esportivos.
Supervisor/Superintendente da Confederação Brasileira de Desportos Aquáticos por 28 anos.
Participou de 7 edições dos Jogos Olímpicos, 7 edições de Jogos Pan-americanos e 25 Campeonatos Mundiais. Responsável por projetos que levaram à conquista de 10 medalhas olímpicas na natação. Integrante do Comitê Técnico de Natação da Federação Internacional de Natação por 12 anos.
Secretário-tesoureiro da Confederação Sul-americana de Natação.
Professor do Curso Avançado de Gestão Esportiva do Comitê Olímpico Brasileiro de 2009 a 2017.
Escritor do livro “Gotas Olímpicas” – 2022.
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