Evolução técnica x participação
Gotas Olímpicas
Por: Ricardo de Moura
Data: 09/MAI/2024
A World Aquatics está convidando as federações nacionais para uma teleconferência com o objetivo de informar e discutir que os nadadores que obtiveram o índice ‘B’ durante o prazo de avaliação de resultados para as Olimpíadas de Paris 2024 (1 de março de 2023 a 23 de junho de 2024) não conseguirão participar devido à cota de atletas.
A cota de atletas para Paris é menor que os Jogos de 2020 em Tóquio. Paris contará com apenas 852 nadadores, 26 a menos do que o permitido em Tóquio (878).
O índice B é 0,5% maior que o índice A (14º lugar de Tóquio) e daria direito de participação a 1 atleta por prova.
Além de uma cota mais baixa, as regras de universalidade mudaram no início deste ano.
Os atletas não precisam ter participado nos Campeonatos Mundiais de Esportes Aquáticos de 2023 ou 2024 para serem elegíveis para o quesito de Universalidade nas Olimpíadas.
A universalidade permite que países que não possuem nadadores com cortes ‘A’ ou ‘B’ enviem 1 nadador masculino e 1 nadador feminino aos Jogos Olímpicos.
Os nadadores de universalidade têm prioridade sobre os atletas com índice ‘B’. Ainda falta mais de um mês para os países apresentarem os seus pedidos de universalidade, uma vez que o prazo é até 24 de junho de 2024.
Ou seja, há prioridade de participação sobre a qualidade técnica. A justificativa é a ampliação de participação olímpica, visando divulgação e promoção da natação no mundo.
O que não se pode deixar de priorizar é a evolução técnica. Um dos caminhos para tornar mais justo o resultado, poderia ser a ampliação da inscrição por país de até 3 nadadores por prova, sem ampliar o número de atletas por país (26 no masculino e 26 no feminino).
Há países que possuem 4 nadadores entre os 10 primeiros no Ranking Mundial de uma prova. A estratégia da montagem da equipe ficaria por conta de cada federação nacional.
Com certeza, as finais ganhariam muito em evolução técnica com um resultado mais próximo da realidade.
#natacao #indices # participação #Paris2024
Ricardo de Moura
Gestor esportivo com mais de 40 anos de experiência em Projetos Esportivos.
Supervisor/Superintendente da Confederação Brasileira de Desportos Aquáticos por 28 anos.
Participou de 7 edições dos Jogos Olímpicos, 7 edições de Jogos Pan-americanos e 25 Campeonatos Mundiais. Responsável por projetos que levaram à conquista de 10 medalhas olímpicas na natação. Integrante do Comitê Técnico de Natação da Federação Internacional de Natação por 12 anos.
Secretário-tesoureiro da Confederação Sul-americana de Natação.
Professor do Curso Avançado de Gestão Esportiva do Comitê Olímpico Brasileiro de 2009 a 2017.
Escritor do livro “Gotas Olímpicas” – 2022.
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