Qual o tamanho do talento?
Gotas Olímpicas
Por: Ricardo de Moura
Data: 08/JUN/2024
Durante uma pesquisa sobre a altura dos medalhistas olímpicos da natação, NO MASCULINO, realizada a partir dos Jogos de 1960, foram identificados dois brasileiros em ambos os extremos: Gustavo Borges (empatado com Matt Grevers – USA), com 2,03m, e Ricardo Prado, com 1,68m.
Gustavo Borges possui quatro medalhas olímpicas: prata nos 100m nado livre em 1992, prata nos 200m nado livre e bronze nos 100m livre em 1996 e bronze no revezamento 4x100m nado livre em 2000. Em 1984, Ricardo Prado conquistou a prata nos 400m nado medley.
O Japão é o país com mais nadadores mais baixos, 5 entre os 15 mais baixos.
A França está entre os países com os mais altos, com 4 nadadores entre os 15.
A altura, por si só, é um dado insuficiente para ser considerado. Pode ser mais uma curiosidade.
Existem diversos dados a serem analisados (sexo, idade, altura, peso, massa corporal, envergadura, tamanho dos braços, das pernas, dos pés, das mãos, circunferência do tórax e quadril).
Ao longo do tempo, estudos regulares têm sido conduzidos para identificar as características ideais dos nadadores de classe mundial.
No entanto, à medida que os progressos tecnológicos na ciência e na medicina desportiva criam novas oportunidades para recolher dados sobre atletas de classe mundial e de elite, surge uma oportunidade para criar modelos mais precisos para prever o potencial de desempenho.
De modo geral, os nadadores mais altos estão entre os especialistas em provas mais rápidas (7 entre os 15) e os menos experientes nas provas de meio fundo, fundo, medley e 200m borboleta (11 entre os 15).
Assim como há casos especiais.
Dentre os nadadores mais altos, está o holandês Maarten van der Weijden, medalha de ouro nos 10 km (maratonas aquáticas) em Beijing 2008, com 2,02m de altura.
Dentre os mais baixos, está Tomomi Morita (bronze em 2004), que tem 1,69m de altura e é apenas um pouco mais alto que Ricardo Prado.
De todas as formas, uma coisa é comum a todos eles: talento (aptidão inata treinada).
“O talento é evidente exatamente porque esconde sua perfeição”, afirma William Shakespeare.
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Ricardo de Moura
Gestor esportivo com mais de 40 anos de experiência em Projetos Esportivos.
Supervisor/Superintendente da Confederação Brasileira de Desportos Aquáticos por 28 anos.
Participou de 7 edições dos Jogos Olímpicos, 7 edições de Jogos Pan-americanos e 25 Campeonatos Mundiais. Responsável por projetos que levaram à conquista de 10 medalhas olímpicas na natação. Integrante do Comitê Técnico de Natação da Federação Internacional de Natação por 12 anos.
Secretário-tesoureiro da Confederação Sul-americana de Natação.
Professor do Curso Avançado de Gestão Esportiva do Comitê Olímpico Brasileiro de 2009 a 2017.
Escritor do livro “Gotas Olímpicas” – 2022.
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