Não há medalha fácil
Gotas Olímpicas
Por: Ricardo de Moura
Data: 13/JUL/2024
Divulgado o número de inscritos por prova na natação em Paris, fica a impressão de que, em algumas provas, pelo número menor de inscritos, é mais fácil chegar à medalha.
Equívoco.
O número menor de inscritos só demonstra o possível desequilíbrio entre os índices estabelecidos e a realidade mundial.
As provas “mais populares” (50m e 100m nado livre) têm, naturalmente, um número maior de inscritos, reforçadas pelo apelo do Princípio da Universalidade (Todos os países que participarão das Olimpíadas de Paris 2024 poderão inscrever um homem e uma mulher, mesmo que não tenham atingido nenhum dos índices, pelo princípio da Universalidade).
A grande maioria dos nadadores que participa pelo Princípio da Universalidade se concentra nas provas de velocidade do nado livre.
As provas com menor número de participantes são: 800m nado livre e 1500m nado livre feminino, com 17 nadadoras inscritas em cada uma.
Outro fator limitante é a inscrição máxima de dois nadadores por país por prova. Há países com mais de dois nadadores entre os 10 primeiros do ranking Mundial.
Como os 100m nado borboleta feminino, quando os 3 primeiros tempos da prova no período de inscrição (1 de março de 2023 a 23 de junho de 2024), são dos Estados Unidos.
A luta pela medalha concentra-se sempre na parte mais técnica de cada evento, onde a excelência é muito próxima.
Inclusive, as provas de 800m nado livre e 1500m nado livre feminino, poderão ser alvo de mais conquistas de medalhas olímpicas para Katie Ledecky (USA).
Em Paris, Ledecky nadará cinco provas: 200m, 400m, 800m e 1500m livre e o revezamento 4x200m livre. Ledecky soma dez medalhas olímpicas em três participações (Londres-2012, Rio-2016 e Tóquio-2020). Em jogo está o recorde compartilhado pelas americanas Jenny Thompson, Dara Torres e Natalie Coughlin, com 12 medalhas cada.
Já Emma McKeon, a atleta australiana mais bem sucedida na história olímpica, tem 11 medalhas.
No caso de que Ledecky e Emma alcancem medalhas nas provas em que nadarem, ambas chegarão ao recorde feminino na natação, de 15 medalhas.
Ricardo de Moura
Gestor esportivo com mais de 40 anos de experiência em Projetos Esportivos.
Supervisor/Superintendente da Confederação Brasileira de Desportos Aquáticos por 28 anos.
Participou de 7 edições dos Jogos Olímpicos, 7 edições de Jogos Pan-americanos e 25 Campeonatos Mundiais. Responsável por projetos que levaram à conquista de 10 medalhas olímpicas na natação. Integrante do Comitê Técnico de Natação da Federação Internacional de Natação por 12 anos.
Secretário-tesoureiro da Confederação Sul-americana de Natação.
Professor do Curso Avançado de Gestão Esportiva do Comitê Olímpico Brasileiro de 2009 a 2017.
Escritor do livro “Gotas Olímpicas” – 2022.
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