Um ponto em comum no caos do descontrole
Gotas Olímpicas
Por: Ricardo de Moura
Data: 09/AGO/2024
Ao elaborar um plano olímpico, há alguns fatores que técnicos e nadadores não conseguem controlar.
Por exemplo: condições climáticas, condições da piscina, ambiente de competição, decisões de arbitragem, lesões, companheiros de equipe, adversários, torcida e eventos passados.
Outros fatores que não conseguem controlar são a evolução da natação ao longo do ciclo olímpico e quais são os seus reais adversários para os Jogos Olímpicos seguintes.
Fazendo um levantamento e uma análise dos tempos do Ranking Mundial de 2021 e dos vencedores de provas em Paris, na natação, 7 provas no feminino e 6 no masculino FORAM PIORES EM PARIS, 2024.
Não há o progresso que se preconiza.
Oito medalhistas NÃO ESTAVAM entre os 100 primeiros do Ranking Mundial de 2021. Entre eles, 3 vencedores de provas em Paris, Hubert Kós (HUN) – 200m nado costas, Kate Douglass (USA) – 200m nado peito e Summer McIntosh (CAN), 200m nado borboleta, 200m e 400m nado medley.
Somente 3 nadadoras, entre todos os nadadores, lideravam o Ranking Mundial 2021 e venceram as provas em Paris, 2024: Kaylee McKeown (AUS) – 100m e 200m nado costas, Katie Ledecky (USA) – 800m e 1500m nado livre e Ariarne Titmus (AUS) – 400m nado livre.
Pan Zhanle, o recordista mundial dos 100m nado livre em Paris com 46,40, era o 55º lugar no Ranking Mundial de 2021, com 48,59.
Mas, no caos da origem de cada medalhista no início do ciclo olímpico passado até a conquista de medalhas, um ponto em comum: 97% deles estavam entre os 10 primeiros na inscrição da competição olímpica.
Com a exceção confirmando a regra, somente Ilya Kharun (CAN), medalha de bronze nos 100m e 200m nado borboleta não estava entre os 10 melhores tempos de inscrição na prova de 100m nado borboleta.
E, também, era um dos 8 medalhistas que não estavam entre os 100 primeiros do Ranking Mundial de 2021, em suas provas.
Ricardo de Moura
Gestor esportivo com mais de 40 anos de experiência em Projetos Esportivos.
Supervisor/Superintendente da Confederação Brasileira de Desportos Aquáticos por 28 anos.
Participou de 7 edições dos Jogos Olímpicos, 7 edições de Jogos Pan-americanos e 25 Campeonatos Mundiais. Responsável por projetos que levaram à conquista de 10 medalhas olímpicas na natação. Integrante do Comitê Técnico de Natação da Federação Internacional de Natação por 12 anos.
Secretário-tesoureiro da Confederação Sul-americana de Natação.
Professor do Curso Avançado de Gestão Esportiva do Comitê Olímpico Brasileiro de 2009 a 2017.
Escritor do livro “Gotas Olímpicas” – 2022.
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