Matemática olímpica
Gotas Olímpicas
Por: Ricardo de Moura
Data: 26/AGO/2024
Primeiramente, vamos compreender a escala das Olimpíadas.
A cada 4 anos, cerca de 14.000 atletas de mais de 200 nações participam dos Jogos Olímpicos. Considerando a população global de 8,1 bilhões de pessoas, a chance de se tornar um atleta olímpico é muito pequena.
Apenas 0,000017% da população mundial, ou 1 em 500.000 pessoas, estará presente nas Olimpíadas.
Esportes diferentes têm diferentes níveis de dificuldade para fazer parte da equipe olímpica. Por exemplo, no atletismo, até três atletas individuais por prova podem representar seu país no evento. Os dois melhores atletas de cada prova se classificam na natação.
Nas Olimpíadas de Paris 2024, houve 1.810 atletas no atletismo e 852 nadadores competindo.
Tomando os Estados Unidos como exemplo, com sua população de 340 milhões, cerca de 340.000 pessoas fazem parte da USA Swimming.
Apenas 0,5% desses atletas, ou 1 em 200, se habilitaram para as seletivas da equipe olímpica dos Estados Unidos na natação.
Dos que se habilitaram para as seletivas, apenas 52 nadadores (26 homens e 26 mulheres) fizeram parte da equipe olímpica, o que significa que somente 3% dos que estão nas seletivas competiram nas Olimpíadas.
Isso faz com que as chances de fazer parte da equipe olímpica de natação dos EUA sejam de aproximadamente 1 em 15 milhões.
Mesmo após chegar às Olimpíadas, ganhar uma medalha é outra tarefa duríssima.
Na natação, são 28 eventos individuais, com três medalhas cada, totalizando 84 medalhas e 7 provas de revezamento, totalizando 84 medalhas (7 provasx4 nadadoresx3 posições).
Com 852 nadadores competindo, devido às múltiplas medalhas conquistadas por atletas de ponta como Michael Phelps, a probabilidade real está próxima de 5%.
187 países, a equipe dos refugiados do COI e Atletas neutros participaram da natação em Paris, com 854 nadadores.
Depois de tanta dificuldade, os países e nadadores sem programas, planejamento estratégico, apoio e ação planejada conseguem ter chance 0% de medalha.
Ficam no grupo da participação.
Ricardo de Moura
Gestor esportivo com mais de 40 anos de experiência em Projetos Esportivos.
Supervisor/Superintendente da Confederação Brasileira de Desportos Aquáticos por 28 anos.
Participou de 7 edições dos Jogos Olímpicos, 7 edições de Jogos Pan-americanos e 25 Campeonatos Mundiais. Responsável por projetos que levaram à conquista de 10 medalhas olímpicas na natação. Integrante do Comitê Técnico de Natação da Federação Internacional de Natação por 12 anos.
Secretário-tesoureiro da Confederação Sul-americana de Natação.
Professor do Curso Avançado de Gestão Esportiva do Comitê Olímpico Brasileiro de 2009 a 2017.
Escritor do livro “Gotas Olímpicas” – 2022.
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