Competição e calendário
Gotas Olímpicas
Por: Ricardo de Moura
Data: 02/SET/2024
A consistência nas competições e até mesmo nos treinamentos é muito difícil para ensinar a um nadador.
Especialmente para os atletas novos no esporte.
No entanto, quanto mais uma criança participa de uma competição de natação, mais familiarizada ela se torna com as “operações” de uma competição e como as coisas funcionam.
O resultado é que, com o tempo, um atleta que compete e treina com mais frequência tem mais chances de ter o sucesso do que o fracasso.
No Brasil, as primeiras competições oficiais são realizadas pelas federações estaduais.
Federações estaduais, como a Federação Aquática de Santa Catarina, que realizou o III Festival Catarinense Mirim e Petiz de natação com mais de 350 participantes.
Assim são montados os palcos para poderem ser observados os talentos do futuro.
A FASC é uma entre as 27 federações estaduais de natação ligadas à CBDA e possui 1101 atletas registrados, oriundos de 23 equipes filiadas, com mais de 20 eventos estaduais ao longo da temporada.
O quadro atual mostra desprezo às entidades estaduais, que estão em um vácuo.
Os clubes recebem apoio do Comitê Brasileiro de Clubes (CBC). A CBDA recebe verba da Lei Piva, através do COB e tem seus eventos nacionais bancados pelo CBC. Os atletas recebem auxílio através do Bolsa Pódio e Bolsa Atleta, do Governo Federal.
A exemplo de outras federações estaduais, a FASC sobrevive do esforço próprio de gestão em parceria com as entidades filiadas, projetos estaduais e municipais e patrocinadores para reunir recursos para alavancar seus calendários e produzir eventos que promovam a inclusão e desenvolvimento dos novos valores.
A responsabilidade da inclusão no sistema competitivo oficial e o desenvolvimento do nadador acabam recaindo sobre os clubes (a maioria deles não recebe auxílio do CBC), dos pais e das federações estaduais.
Vale lembrar que o próprio nadador, até receber o Bolsa Atleta tem um longo caminho a percorrer, até alcançar o nível técnico exigido para fazer jus ao auxílio.
Ainda que repetitivo, até 2016, as federações recebiam apoio da CBDA com recursos repassados por meio de doação de medalhas, auxílio nas competições e retorno de inscrições, entre outras benesses, que sumiram com a negligência e indiferença do tempo (gestão).
Ricardo de Moura
Gestor esportivo com mais de 40 anos de experiência em Projetos Esportivos.
Supervisor/Superintendente da Confederação Brasileira de Desportos Aquáticos por 28 anos.
Participou de 7 edições dos Jogos Olímpicos, 7 edições de Jogos Pan-americanos e 25 Campeonatos Mundiais. Responsável por projetos que levaram à conquista de 10 medalhas olímpicas na natação. Integrante do Comitê Técnico de Natação da Federação Internacional de Natação por 12 anos.
Secretário-tesoureiro da Confederação Sul-americana de Natação.
Professor do Curso Avançado de Gestão Esportiva do Comitê Olímpico Brasileiro de 2009 a 2017.
Escritor do livro “Gotas Olímpicas” – 2022.
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