Falta de equilíbrio
Gotas Olímpicas
Por: Ricardo de Moura
Data: 04/SET/2024
O desafio enfrentado pelos atletas brasileiros nos Jogos Olímpicos vai além da falta de estrutura.
A falta de apoio financeiro é um obstáculo para muitos atletas no Brasil, sendo necessário investir no país, no esporte, na educação e na cultura para combater a desigualdade e valorizar os representantes do país.
Além disso, é importante parar de romantizar as derrotas e reconhecer a necessidade de valorizar e apoiar os atletas nacionalmente para garantir seu sucesso e organizar a conduta das entidades responsáveis.
Jogos Olímpicos são assunto sério. Foram investidos, somados todos os recursos, mais de 1 bilhão de reais nos últimos 3 anos (recorde) na preparação para Paris.
Onde está o relatório? O diagnóstico? O plano futuro?
As entidades esportivas brasileiras funcionam como se cada uma delas fosse a dona do esporte em “seu pedaço”. Não seguem uma orientação geral.
O Governo Federal que recebe milhares de projetos para análise, deveria priorizar aqueles que estivessem de acordo com uma linha básica de desenvolvimento esportivo: acesso ao esporte, aumento da base esportiva, enquadramento na iniciação federativa, desenvolvimento do esporte, atendimento às regiões mais fragilizadas.
O COB, ao repassar as verbas às confederações olímpicas, deveria introduzir o cumprimento de metas (aumento do número de atletas registrados), resultados técnicos progressivos, planejamento do calendário nacional e internacional de preparação, periodização dos nadadores com possibilidades para LA 2028.
EVITAR QUE O CALENDÁRIO NACIONAL COINCIDA COM O INTERNACIONAL, COMO A NATAÇÃO EM 2024.
O CBC deveria ampliar o número de clubes contemplados e, ao aprovar cada projeto de seus clubes, deveria exigir, entre os muitos certificados e comprovações, o aumento de número de atletas federados, atender às competições que já estiverem no plano do COB de preparação, que seus clubes comprovem estar em dia com as federações estaduais.
ISSO MESMO: VÁRIOS CLUBES ATENDIDOS PELO CBC ESTÃO EM DÉBITO COM AS FEDERAÇÕES ESTADUAIS.
CBDE (escolar), CBDU (universitário) deverão ter seus calendários alinhados com as confederações e federações.
As federações estaduais, responsáveis pelos calendários de desenvolvimento do esporte, várias delas, sem ter recursos suficientes de sobrevivência e, até mesmo, SEM SEDE, precisam reivindicar parte dos recursos repassados às confederações.
Ricardo de Moura
Gestor esportivo com mais de 40 anos de experiência em Projetos Esportivos.
Supervisor/Superintendente da Confederação Brasileira de Desportos Aquáticos por 28 anos.
Participou de 7 edições dos Jogos Olímpicos, 7 edições de Jogos Pan-americanos e 25 Campeonatos Mundiais. Responsável por projetos que levaram à conquista de 10 medalhas olímpicas na natação. Integrante do Comitê Técnico de Natação da Federação Internacional de Natação por 12 anos.
Secretário-tesoureiro da Confederação Sul-americana de Natação.
Professor do Curso Avançado de Gestão Esportiva do Comitê Olímpico Brasileiro de 2009 a 2017.
Escritor do livro “Gotas Olímpicas” – 2022.
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