Darwin e a seleção natural no esporte

Gotas Olímpicas

Por: Ricardo de Moura

Data: 07/SET/2024

Em sua teoria da evolução, Charles Darwin introduziu a lei da seleção natural e a frase “sobrevivência do mais apto” tornou-se popular: os que se adaptam melhor ao seu ambiente seguem em frente.

No esporte, alguns atletas já nascem em situações naturais mais satisfatórias.

A Noruega é o país com o melhor desempenho olímpico em termos de população, mas também é um dos países com o maior índice de desenvolvimento humano (IDH) do mundo.

Não é possível comparar um atleta nascido e criado em condições de saúde, alimentação, educação e ambiente familiar com aqueles que não têm essas condições.

O país ficou em 18o lugar no ranking de medalhas das Olimpíadas de Paris, mas é o campeão esportivo na relação medalha per capita do mundo, de acordo com um levantamento realizado por Kuper e Stefan Szymanski para o livro Soccernomics, que se baseia em desempenho olímpico e em outras competições internacionais.

Com uma população de cerca de 5,5 milhões de habitantes e uma extensão territorial de 365 mil km², a Noruega tem uma densidade demográfica de 15 habitantes por quilômetro quadrado.

As democracias ricas, especialmente as democracias sociais, são boas em cuidar de sua população. Isso inclui fornecer às pessoas de todos os níveis de renda a oportunidade de praticar esportes.

Oitenta e quatro por cento da população da Noruega praticou esportes, condicionamento físico ou atividade física recreativa pelo menos uma vez por semana em 2019, o nível mais alto na Europa, que já é um continente esportivo, de acordo com a Comissão Europeia.

Em países menos desenvolvidos, como o Quênia, que ganhou quatro medalhas de ouro (11 no total com 2 de prata e 5 de bronze) e ficou à frente do Brasil no ranking de Paris, a teoria de Darwin se aplica de forma mais realista, onde o país acaba se especializando em esportes que dependem de estruturas menores e só os mais fortes sobrevivem.

Em realidade, para conseguir mais medalhas nos próximos jogos, o debate sobre o desempenho dos países nas Olimpíadas de Paris deve ir além do que fazer para melhorar as condições pontuais de treino e incentivos para os atletas.

Primeiro, é preciso melhorar o país como um todo.

Ricardo de Moura
Gestor esportivo com mais de 40 anos de experiência em Projetos Esportivos.
Supervisor/Superintendente da Confederação Brasileira de Desportos Aquáticos por 28 anos.
Participou de 7 edições dos Jogos Olímpicos, 7 edições de Jogos Pan-americanos e 25 Campeonatos Mundiais. Responsável por projetos que levaram à conquista de 10 medalhas olímpicas na natação. Integrante do Comitê Técnico de Natação da Federação Internacional de Natação por 12 anos.
Secretário-tesoureiro da Confederação Sul-americana de Natação.
Professor do Curso Avançado de Gestão Esportiva do Comitê Olímpico Brasileiro de 2009 a 2017.
Escritor do livro “Gotas Olímpicas” – 2022.

Divulgação ISE – Reprodução autorizada pelo autor
O conteúdo do texto é de inteira responsabilidade do(s) autor(es).

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