Só é preciso uma oportunidade
Gotas Olímpicas
Por: Ricardo de Moura
Data: 13/SET/2024
O Brasil teve o melhor desempenho de todos os tempos nos Jogos Paralímpicos de 2024.
Os Jogos Paralímpicos são competições esportivas destinadas a indivíduos com deficiência que ocorrem a cada quatro anos. As modalidades permitem que atletas com deficiências diversas, tais como amputados, cegos, paralisia cerebral e deficiência mental.
Este sistema global de competição ajuda a transformar a visão sobre indivíduos com deficiência, desafiando preconceitos e estereótipos em toda a sociedade.
O esporte, como nenhum outro setor, valoriza os atletas com deficiência, destacando suas capacidades e superação.
As Paralimpíadas, além de tudo, são uma ótima oportunidade de divulgação para atletas e equipes do mundo todo.
O Brasil país de dimensões continentais e diversidades de todas as formas e tamanhos, é um manancial de exemplos de superação.
A fórmula de gestão do CPB, apoiada pela Caixa Econômica Federal, criou um sistema amplo de observação e desenvolvimento de novos valores.
Um desses eventos é a Fase Nacional das Paralimpíadas Escolares.
Carlos Henrique Campos, 17 anos, deficiente intelectual, foi um desses valores de destaque no Meeting de Belém.
O nadador paraense completou os 100m livre da classe S14 (deficiência intelectual) em 1min12s71, no Meeting Paralímpico Loterias Caixa de Belém, Pará, na competição de junho deste ano.
Carlos mora em uma comunidade ribeirinha na cidade de Barcarena, cerca de uma hora de Belém. E foi no Rio Pará, à beira da sua casa, que começou a nadar. Há dois anos, passou a treinar em uma piscina por meio do projeto paralímpico do município, sob os comandos do técnico Adriano Gomes.
Com isso, está apto para voltar ao Centro de Treinamento Paralímpico, em São Paulo, e compor a delegação paraense nas Paralimpíadas Escolares no fim deste ano.
Além dos 100m livre, Carlos nadou os 100m costas (1min43s76), 100m borboleta (1min44s82), 200m medley (3min43s81) e os 100m peito (2min02s69).
Para Adriano Gomes, a natação tem mudado a vida do seu jovem aluno muito além das raias.
“Ele tem se concentrado mais nas suas atividades devido ao esporte e se socializado com outros nadadores”, explicou o treinador. (Fonte: Comitê Paralímpico Brasileiro – CPB).
Ricardo de Moura
Gestor esportivo com mais de 40 anos de experiência em Projetos Esportivos.
Supervisor/Superintendente da Confederação Brasileira de Desportos Aquáticos por 28 anos.
Participou de 7 edições dos Jogos Olímpicos, 7 edições de Jogos Pan-americanos e 25 Campeonatos Mundiais. Responsável por projetos que levaram à conquista de 10 medalhas olímpicas na natação. Integrante do Comitê Técnico de Natação da Federação Internacional de Natação por 12 anos.
Secretário-tesoureiro da Confederação Sul-americana de Natação.
Professor do Curso Avançado de Gestão Esportiva do Comitê Olímpico Brasileiro de 2009 a 2017.
Escritor do livro “Gotas Olímpicas” – 2022.
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