O futuro passa pelas decisões de 2024
Gotas Olímpicas
Por: Ricardo de Moura
Data: 15/SET/2024
O futuro do esporte olímpico brasileiro passa por duas importantes decisões em 2024: as eleições nas federações olímpicas e a inovação no contexto da política esportiva do país.
A partir de agora, começa um novo ciclo rumo aos Jogos de Los Angeles-2028, para o qual existem algumas expectativas, embora o caminho seja longo e com muitos desafios.
Um dos principais desafios do Comitê Olímpico do Brasil (COB) e das federações esportivas será manter a evolução do País em esportes tradicionais e aqueles que nunca trouxeram medalhas, mas com boas perspectivas na última Olimpíada.
Não há como projetar qualquer tipo de resultado sem um plano estratégico definido.
As instituições com eleições estão mais preocupadas com o poder que com os resultados esportivos e o futuro.
Os projetos que financiam o esporte têm um sistema precário de avaliação de resultados e distribuição de recursos.
A missão do Comitê Olímpico do Brasil deverá se estender até a formação do atleta, com maiores investimentos e, principalmente, maiores esforços no aumento da base esportiva do Brasil.
Os esportes tradicionais, com conquistas sucessivas de medalhas olímpicas, estão claudicando, com gerações envelhecidas, sem renovação.
A natação, que já conquistou 13 medalhas olímpicas na natação e duas nas maratonas aquáticas, teve o pior desempenho do século em 2024.
O Comitê Brasileiro de Clubes, um dos pilares de fomento do esporte nacional, fornece apoio a um grupo limitado e elitizado do esporte, sem a cobrança de metas, resultados e ampliação da base e do benefício a outros clubes formadores, em regiões mais fragilizadas.
Cada entidade esportiva pensa o esporte à sua maneira e todas cometem os mesmos equívocos ao distribuir os recursos utilizando práticas de meritocracia que não correspondem à realidade dos desafios de um cenário olímpico.
Tudo é muito pontual. Nenhum pensamento é investimento a longo prazo.
Para muitas modalidades nos Jogos de Los Angeles, a possibilidade de medalhas pela falta de renovação, queda no cenário esportivo mundial é quase nula.
Para outras, que foram destaque em 2024 e apresentam um quadro mais promissor, é preciso avançar com análise crítica apurada e correção no percurso.
Um final feliz em 2028 e no futuro do esporte passam pelas decisões de 2024.
Palavras chave: Esporte; Futuro; Inovação; Gestão.
Ricardo de Moura
Gestor esportivo com mais de 40 anos de experiência em Projetos Esportivos.
Supervisor/Superintendente da Confederação Brasileira de Desportos Aquáticos por 28 anos.
Participou de 7 edições dos Jogos Olímpicos, 7 edições de Jogos Pan-americanos e 25 Campeonatos Mundiais. Responsável por projetos que levaram à conquista de 10 medalhas olímpicas na natação. Integrante do Comitê Técnico de Natação da Federação Internacional de Natação por 12 anos.
Secretário-tesoureiro da Confederação Sul-americana de Natação.
Professor do Curso Avançado de Gestão Esportiva do Comitê Olímpico Brasileiro de 2009 a 2017.
Escritor do livro “Gotas Olímpicas” – 2022.
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