Atletas excepcionais destroem previsões
Gotas Olímpicas
Por: Ricardo de Moura
Data: 19/SET/2024
Diversas previsões sobre o desempenho dos países nos Jogos Olímpicos podem ser feitas. Um método científico é baseado em variáveis macroeconômicas, como PIB, população e investimento em esportes.
Outra abordagem envolve o uso de grandes quantidades de dados, para analisar os resultados anteriores dos atletas e o seu nível de preparação.
Qual é a probabilidade de um indivíduo com baixíssima visão (20/100 em seu olho direito e 20/200 em seu esquerdo) obter uma medalha de ouro no tiro com arco nos Jogos Olímpicos?
Im Dong-Hyun (KOR) faz parte dos atletas que mantêm uma história fora do padrão de análise.
O atleta do tiro com arco coreano foi ouro por equipe em Atenas (2004) e Pequim (2008), além de um segundo lugar nos Jogos Olímpicos de Londres de 2012.
Nos Jogos de 2012 Im quebrou o recorde mundial, nas eliminatórias, que era dele mesmo, e já foi o primeiro do Ranking Mundial.
Todos os anos Im tinha que provar seu valor por meio de uma série de competições difíceis contra colegas experientes e novas gerações de jovens arqueiros incrivelmente talentosos.
Para o oftalmologista Miguel Angelo Padilha o atleta utilizava a visão periférica para conseguir acertar o alvo.
O Dr. Miguel afirma que, como treinou anos, pode ser que ele tenha desenvolvido algumas características, por exemplo, de conseguir usar alguma região em torno da fóvea (a região central da retina do olho humano, onde se forma a imagem enviada ao cérebro).
A superação no esporte é consequência da persistência, perseverança e busca por caminhos alternativos para construir uma trajetória vitoriosa.
Muitas batalhas realizadas de forma solitária e discreta. Fatores difíceis de serem medidos.
Ele ficou de fora da equipe para o Rio 2016, voltou para ganhar o título mundial em 2017 e foi membro da equipe nacional de oito arqueiros, embora não estivesse na escalação principal, até a pandemia em 2020.
Im Dong Hyun aposentou-se discretamente em 2021, sem conseguir a medalha de ouro individual.
Ele voltou em 2024 como técnico da equipe.
A Coréia do Sul foi a vencedora da modalidade com 7 medalhas (5 de ouro, 1 de prata e 1 de bronze).
Palavras chave: Medalha; Superação; Olímpico; Possibilidade.
Ricardo de Moura
Gestor esportivo com mais de 40 anos de experiência em Projetos Esportivos.
Supervisor/Superintendente da Confederação Brasileira de Desportos Aquáticos por 28 anos.
Participou de 7 edições dos Jogos Olímpicos, 7 edições de Jogos Pan-americanos e 25 Campeonatos Mundiais. Responsável por projetos que levaram à conquista de 10 medalhas olímpicas na natação. Integrante do Comitê Técnico de Natação da Federação Internacional de Natação por 12 anos.
Secretário-tesoureiro da Confederação Sul-americana de Natação.
Professor do Curso Avançado de Gestão Esportiva do Comitê Olímpico Brasileiro de 2009 a 2017.
Escritor do livro “Gotas Olímpicas” – 2022.
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