Ignorância Estratégica
Gotas Olímpicas
Por: Ricardo de Moura
Data: 25/SET/2024
A ignorância estratégica refere-se à habilidade de utilizar o desconhecimento alheio como uma forma de obter poder.
Essa dinâmica é observada em vários segmentos, como política e esporte.
A ignorância é uma ferramenta que pode ser explorada por quem já está bem-informado.
Algumas instituições esportivas têm o chamado 3 em 1: aquele dirigente que não sabe de nada, aquele que conhece suas limitações e o que cria desinformação de maneira intencional para benefício próprio ou grupo político.
São autoridades possuidoras da ignorância tática, despreparadas para as funções que exercem, que chegaram aos cargos que ocupam por alguma benesse ou, então, por absoluta falta de alguém realmente competente para a função ou o cargo que ocuparam.
Pessoas que não sabem como proceder diante de qualquer emergência ou situação crítica que surgir; que tomam decisões erradas e causam danos.
A maioria delas conhece a verdade dos fatos, mas a modifica, altera, descaracteriza, cria facetas. Buscam seus objetivos pessoais de poder.
Um dos exemplos de ignorância estratégica é o fato da Confederação Brasileira de Desportos Aquáticos, após retumbante fracasso nos Jogos Olímpicos de Paris, enaltecer os resultados de um Campeonato Sul-Americano.
Tentando tirar vantagem em um continente extremamente pobre em resultados olímpicos.
Obviamente, tentando explorar a total ignorância da comunidade com o intuito de esconder o fracasso de gestão e resultados, em benefício de solidificação de poder.
Situação camuflada pelo súbito desaparecimento dos que apoiaram o atual poder e pelo silêncio da comunidade.
Mais fácil acreditar em ignorância conivente e conveniente.
Palavras chave: Esporte; Estratégia; Ignorância.
Ricardo de Moura
Gestor esportivo com mais de 40 anos de experiência em Projetos Esportivos.
Supervisor/Superintendente da Confederação Brasileira de Desportos Aquáticos por 28 anos.
Participou de 7 edições dos Jogos Olímpicos, 7 edições de Jogos Pan-americanos e 25 Campeonatos Mundiais. Responsável por projetos que levaram à conquista de 10 medalhas olímpicas na natação. Integrante do Comitê Técnico de Natação da Federação Internacional de Natação por 12 anos.
Secretário-tesoureiro da Confederação Sul-americana de Natação.
Professor do Curso Avançado de Gestão Esportiva do Comitê Olímpico Brasileiro de 2009 a 2017.
Escritor do livro “Gotas Olímpicas” – 2022.
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