Ressaca Olímpica
Gotas Olímpicas
Por: Ricardo de Moura
Data: 24/Out/2024
Em geral, poucos temas têm sido analisados de forma completa na área esportiva.
Há muita comunicação, pouca informação e análises ruins. A vontade de analisar diminuiu significativamente.
Sem análise, há muitas chances de repetir os erros.
O período pós-olímpico é complexo e angustiante para muitos atletas olímpicos; se preparar para os possíveis efeitos dos Jogos Olímpicos entre os atletas que voltam é crucial para gerenciar as respostas negativas articuladas, a ressaca pós-olímpica.
A participação olímpica pode ser o ápice de anos de treinamento e, para muitos, a realização de um sonho de vida: representar o seu país em uma Olimpíada.
Os atletas esperam que as Olimpíadas sejam a experiência mais importante e gratificante de suas vidas e cumpra uma narrativa de sonho de criança – ser um atleta olímpico.
A participação olímpica pode representar o ápice de anos de treinamento e, para muitos, a realização de um sonho de vida de representar seu país em uma Olimpíada.
Embora alguns atletas tenham relatado um sonho, a natureza imprecisa da experiência pode ter implicações negativas.
Alguns relatam como o sonho se transformou em um pesadelo, o que resultou em conflitos internos, interferências da mídia, a percepção dos Jogos como um anticlímax, sentimentos de isolamento e fracasso em atender às expectativas próprias e dos outros.
Alguns atletas têm dificuldades para separar os aspectos negativos dos positivos; a mesma experiência representava tudo o que é possível no auge da atividade esportiva, mas também o trauma que isso pode causar.
A discussão sobre as experiências relacionadas aos períodos olímpico e pós-olímpico e, como tratar dos resultados pós-olímpicos, ajudam os atletas que foram aos Jogos, as instituições e deixam um caminho de reflexão para os que virão depois.
Poucos pensam sobre isso.
As redes sociais são inundadas por fotos e expressões que buscam enaltecer, muitas, forçosamente, uma situação de vitória.
Ninguém gosta de perder, mas se usar as lições que as derrotas podem trazer, vai acabar ganhando. Ou ganha, ou aprende.
Palavras chave: Olimpíadas; Experiência; Frustração; Realização.
Ricardo de Moura
Gestor esportivo com mais de 40 anos de experiência em Projetos Esportivos.
Supervisor/Superintendente da Confederação Brasileira de Desportos Aquáticos por 28 anos.
Participou de 7 edições dos Jogos Olímpicos, 7 edições de Jogos Pan-americanos e 25 Campeonatos Mundiais. Responsável por projetos que levaram à conquista de 10 medalhas olímpicas na natação. Integrante do Comitê Técnico de Natação da Federação Internacional de Natação por 12 anos.
Secretário-tesoureiro da Confederação Sul-americana de Natação.
Professor do Curso Avançado de Gestão Esportiva do Comitê Olímpico Brasileiro de 2009 a 2017.
Escritor do livro “Gotas Olímpicas” – 2022.
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