Quem não é o maior tem que ser o melhor
Gotas Olímpicas
Por: Ricardo de Moura
Data: 27/Dez/2024
Na “matemática da natação” nem sempre pode haver o cálculo perfeito na comparação de um nadador para outro — um nadador que mede 1,57 m terá um ciclo de braçada diferente de um nadador que mede 1,87 m — mas se trabalhar para gerar mais potência em cada braçada, por exemplo, essas iniciativas podem ajudá-lo a medir os próprios avanços.
A natação gira em torno de números. Tempos de qualificação, recordes pessoais, classificações, divisões, metros, jardas, etc.
Mas quais são os números específicos que determinam a velocidade com que um nadador se move na piscina?
Dois fatores identificam a matemática da velocidade na prova: frequência de braçada e comprimento da braçada. Onde frequência é o número de braçadas que um nadador executa em um determinado percurso e a velocidade de cada ciclo de braçada. Um ciclo corresponde ao início e final do mesmo movimento.
Distância do ciclo é quanto o nadador percorreu ao executar um ciclo de braçada.
Jordan Crooks, o nadador mais rápido do planeta, das Ilhas Cayman, 22 anos, tem 1,75m de altura e pesa 66 kg.
O primeiro homem a baixar dos 20 segundos na prova de 50m nado livre (19,90), quebrou o recorde de Caeleb Dressel (20,16), 1,91m de altura e 91 kg., de 2020.
Dressel é uma referência: “A maneira como ele nadava e como ele competia, eu sempre achei isso fascinante”, disse Crooks.
Dressel e Crooks atraíram comparações ao longo de suas carreiras, desde o compartilhamento no clube de 17 segundos nas 50 jardas (aprox. 46 m) livre, na temporada universitária americana.
Dressel alcançou esse resultado pela primeira vez em 2018, e Crooks se tornou o segundo homem a se juntar a ele cinco anos depois.
Crooks não tem a potência bruta das saídas e viradas de Dressel, mas é muito eficiente no trabalho subaquático.
Jordan Crooks utiliza uma pernada de golfinho não convencional, ondulando das pontas dos dedos aos pés com uma amplitude de movimento amplo incomum até a parte superior do corpo.
Outros nadadores de nível internacional também adotam esse estilo. Mas Crooks o executa com perfeição.
Quem não é o maior, tem que ser o melhor.
Palavras chave: Natação; Matemática; Maior; Melhor; Eficiência.
Ricardo de Moura
Gestor esportivo com mais de 40 anos de experiência em Projetos Esportivos.
Supervisor/Superintendente da Confederação Brasileira de Desportos Aquáticos por 28 anos.
Participou de 7 edições dos Jogos Olímpicos, 7 edições de Jogos Pan-americanos e 25 Campeonatos Mundiais. Responsável por projetos que levaram à conquista de 10 medalhas olímpicas na natação. Integrante do Comitê Técnico de Natação da Federação Internacional de Natação por 12 anos.
Secretário-tesoureiro da Confederação Sul-americana de Natação.
Professor do Curso Avançado de Gestão Esportiva do Comitê Olímpico Brasileiro de 2009 a 2017.
Escritor do livro “Gotas Olímpicas” – 2022.
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