O aleta de alto nível e os pais - a rede de suporte
Gotas Olímpicas
Por: Ricardo de Moura
Data: 08/JUL/2024
A Sociedade Brasileira de Medicina do Esporte tem diretrizes relacionadas ao uso abusivo de suplementos alimentares e drogas.
Normalmente, os pais conhecem muito pouco sobre isso.
Os pais devem estar atentos às orientações do mestre (treinador) e ter conhecimento dessas diretrizes. Às vezes, algumas pessoas sugerem até o uso de drogas com potencial de dependência, e essa não é uma orientação ética.
A tarefa de pai e mãe, de responsável por crianças e adolescentes, é cuidar e proteger. Quanto maior o envolvimento, mais interesse, melhor. É um projeto de família.
Quanto maior a rede de suporte com outros pais dentro desse ambiente, mais fácil fica. Muitos pais trabalham em rede, fazendo um revezamento entre eles. Não estão todos sempre nas viagens. Porque às vezes você tem um filho atleta e outro, não.
O envolvimento deve ser baseado no apoio e não nas expectativas.
Se ele sentir que só será aceito ou útil no grupo familiar se corresponder às expectativas dos pais, isso pode ser um problema.
O amor passa por oferecer suporte sem invadir o processo do outro.
A ideia de sacrifício desvaloriza a pessoa que renuncia à vida em prol do filho. É ruim, pois isso afeta a hierarquia familiar.
Os filhos compreendem que possuem uma medida de poder e poder, ao mesmo tempo, em que precisam lidar com essa quantidade de afeto depositada. Deve ser muito difícil ser a razão da vida de alguém!
Em dias de competição, os jovens mais se queixam das expectativas dos pais do que das suas.
Muitos atletas bem-sucedidos afirmam que os pais nunca se recusaram a comparecer aos treinos e isso nunca foi um obstáculo.
Não há um caminho mágico ou uma bala de prata.
Cada caminho é único e cada família tem sua própria organização e maneira de se organizar.
Ricardo de Moura
Gestor esportivo com mais de 40 anos de experiência em Projetos Esportivos.
Supervisor/Superintendente da Confederação Brasileira de Desportos Aquáticos por 28 anos.
Participou de 7 edições dos Jogos Olímpicos, 7 edições de Jogos Pan-americanos e 25 Campeonatos Mundiais. Responsável por projetos que levaram à conquista de 10 medalhas olímpicas na natação. Integrante do Comitê Técnico de Natação da Federação Internacional de Natação por 12 anos.
Secretário-tesoureiro da Confederação Sul-americana de Natação.
Professor do Curso Avançado de Gestão Esportiva do Comitê Olímpico Brasileiro de 2009 a 2017.
Escritor do livro “Gotas Olímpicas” – 2022.
Divulgação ISE – Reprodução autorizada pelo autor
O conteúdo do texto é de inteira responsabilidade do(s) autor(es).